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Transplante de medula óssea autólogo
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
5 min. de leitura

Consiste na infusão de células-tronco do próprio paciente após administração de quimioterapia em alta dose

O transplante de medula óssea é uma alternativa utilizada como tratamento em diversos tipos de cânceres hematológicos, além de doenças hematológicas benignas e alguns tumores não hematológicos. Portadores de linfomas não Hodgkin, linfomas de Hodgkin, mieloma múltiplo, leucemias agudas e crônicas, tumores de células germinativas, entre outras doenças, podem se beneficiar desse procedimento.

O transplante de medula óssea autólogo é um dos tipos de transplante. Nessa modalidade, células-tronco hematopoiéticas do próprio paciente são coletadas e infundidas novamente após sessões de quimioterapia de alta dose. As células-tronco hematopoiéticas são as células que produzem as células do sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas).

Agora você vai saber como funciona o transplante de medula óssea autólogo e quais os cuidados necessários antes e depois do procedimento e seus resultados.

Preparação para o transplante de medula óssea autólogo

O primeiro passo para viabilizar o transplante de medula óssea autólogo é o paciente passar por uma avaliação para confirmar se possui indicação e se está apto para o procedimento. Para isso, o médico transplantador avalia a história do paciente e solicita uma série de exames complementares.

O processo do transplante de medula óssea autólogo

O procedimento inicia com a coleta de células-tronco hematopoiéticas (células localizadas na medula óssea e responsáveis pela produção das células do sangue). Para que isso seja possível, o paciente faz uso de injeções subcutâneas de um medicamento que faz com que as células-tronco se multipliquem e comecem a circular no sangue. Essa etapa é chamada de mobilização e geralmente ocorre com o paciente na sua própria casa.

Após alguns dias recebendo o medicamento que estimula as células-tronco, o paciente é internado e realiza um exame para saber se o número de células-tronco no sangue está adequado. Em caso positivo, é instalado um cateter numa veia profunda, que pode estar localizada no pescoço, abaixo da clavícula ou na virilha. Por esse cateter são realizadas a coleta e infusão de células, a coleta de exames e a infusão de medicamentos ou hemocomponentes durante a internação para o transplante de medula óssea autólogo.

A coleta das células é realizada com o auxílio de um equipamento chamado máquina de aférese, que puxa o sangue do paciente através do cateter e, através de um processo de centrifugação, separa as células-tronco (que ficam armazenadas em uma bolsa) e retorna o restante do sangue para o paciente. Esse processo costuma demorar algumas horas. Essas células podem ou não ser congeladas, dependendo do tempo previsto para a reinfusão das células.

Uma vez realizada a coleta, o paciente inicia a fase chamada de condicionamento, na qual é submetido a uma quimioterapia em altas doses. O tipo de quimioterapia varia de acordo com a doença e pode demorar de um a sete dias. A fase de condicionamento pode ser realizada na mesma internação da coleta ou em um segundo momento, de acordo com a decisão médica.

Após o término do condicionamento, o paciente que está realizando o transplante de medula óssea autólogo recebe a infusão das células-tronco previamente coletadas através de um cateter.

Após a infusão, as células-tronco migram através da circulação até encontrarem seu lugar na medula óssea, onde passam a se proliferar e produzir as células do sangue após um período de cerca de dez a catorze dias.

Quando a quantidade de glóbulos brancos e de plaquetas atinge um número considerado adequado, considera-se que o paciente apresentou a “pega da medula”, e ele pode receber alta, caso se encontre em boas condições clínicas.

Recuperação pós-transplante de medula óssea autólogo

Após a alta, o paciente submetido ao transplante de medula óssea autólogo deve manter uma série de cuidados, pois sua imunidade ainda levará meses para voltar ao normal. Dentre as orientações a serem seguidas, podemos destacar:

  • Tomar todos os medicamentos indicados pelo médico nos horários corretos;
  • Redobrar os cuidados com a higiene pessoal;
  • Como a pele fica sensível após o transplante de medula óssea autólogo, utilizar protetor solar com FPS mínimo de 30 e evitar exposição em horário de sol forte;
  • Nas primeiras semanas, evitar lugares com aglomeração de pessoas;
  • Evitar ficar deitado por muito tempo;
  • Reduzir o número de visitantes em casa nos primeiros meses;
  • Evitar contato com pessoas doentes;
  • Utilizar máscara quando necessário;
  • Avisar o médico em casos de febre, calafrios, falta de ar, sangramentos, alterações na pele ou qualquer outro sinal de piora.

Resultados e possíveis complicações do transplante de medula óssea autólogo

O transplante de medula óssea autólogo é um procedimento mais simples do que o transplante alogênico, mas possui complicações que precisam ser conhecidas. Além disso, é preciso frisar que o risco de óbito existe, embora seja baixo.

Os efeitos colaterais mais comuns do transplante de medula óssea autólogo são:

  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia;
  • Mucosite (feridas na boca);
  • Infecções;
  • Anemia e plaquetopenia com necessidade de transfusões;
  • Queda de cabelo.

Para algumas doenças, o transplante de medula óssea autólogo pode ser curativo, como é o caso de alguns tipos de linfoma agressivo e leucemias agudas. Entretanto, para outras doenças, como o mieloma múltiplo, o objetivo é aumentar o tempo de vida ou o tempo até que o paciente necessite de outro tratamento.

A colaboração do paciente e dos familiares é uma parte importante para o sucesso desse procedimento.

A SPES possui uma equipe médica formada nos principais centros de transplante do Brasil, com ampla experiência na realização de transplante de medula óssea autólogo. Entre em contato e agende uma consulta!

Fontes:

Instituto nacional de Câncer (INCA)

Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

Hospital Albert Einstein