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CAR-T Cell
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
4 min. de leitura

Terapia inovadora e personalizada para tumores malignos

CAR-T Cell é um tipo de linfócito T modificado em laboratório para melhorar sua capacidade de reconhecer e destruir células malignas.

A terapia celular com CAR-T Cells demonstrou eficácia pela primeira vez no início do século XXI, após décadas de estudos sobre o funcionamento dos linfócitos. Desde então, essa técnica vem sendo cada vez mais utilizada e recomendada, principalmente em tratamentos de tumores hematológicos, por sua eficácia no controle do desenvolvimento da doença, podendo ser curativo em alguns casos.

Como funcionam as CAR-T Cells?

O sistema imunológico é formado por vários tipos de células, cada um realizando funções específicas na defesa do corpo. Entre esses tipos, os linfócitos T são os responsáveis pelo reconhecimento e destruição de células doentes, como as infectadas por agentes externos e as cancerígenas.

Principalmente nos casos de tumores malignos, a capacidade de reconhecimento das células doentes pelos linfócitos T diminui à medida que a doença avança. Por isso, diante da necessidade de se encontrar uma forma de aprimorar o funcionamento dessas células, décadas de pesquisa resultaram em uma modificação genética chamada CAR-T Cell.

O primeiro passo para a realização do procedimento é a coleta dos linfócitos T, o que ocorre por meio de um procedimento chamado aférese, no qual o sangue sai do organismo através de um cateter e circula por dentro de uma máquina que separa os linfócitos, devolvendo o restante do sangue para o paciente. Os linfócitos são então enviados para um laboratório.

No laboratório, os linfócitos são multiplicados e modificados para que passem a expressar um grande número de receptores capazes de reconhecer e destruir as células cancerígenas. Estas células são então infundidas no paciente através de um cateter venoso e passam a combater o câncer.

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Indicações para as CAR-T Cells

O uso de CAR-T Cells é comprovadamente eficaz no tratamento de alguns tipos de cânceres hematológicos, como a leucemia linfoide aguda, o mieloma múltiplo e o linfoma difuso de grandes células B. O aprofundamento dos estudos desse tipo de terapia celular pode fazer com que, no futuro, ele seja indicado para outros tipos de câncer.

Nos tratamentos dos tumores hematológicos, a indicação da terapia com CAR-T Cells pode ser feita de forma complementar a outros métodos, como a quimioterapia, a radioterapia e o transplante de medula óssea, ou quando estes não apresentam resultados favoráveis.

Preparação para o tratamento

O tratamento com CAR-T Cells começa com a coleta do sangue do paciente, que passa por um processo chamado leucaférese. O procedimento é realizado por meio de um aparelho específico que colhe o sangue através de um cateter, separa as células do sistema imunológico dos outros componentes sanguíneos e devolve o restante do sangue ao corpo.

Os linfócitos T coletados e separados nesse processo são enviados ao laboratório, que realizará a reprogramação genética. Esse período pode levar algumas semanas, e, por isso, o paciente precisa tomar alguns cuidados para evitar contrair infecções, como se atentar à higiene, à alimentação e ao contato com outras pessoas.

Além disso, os outros tratamentos oncológicos, como a quimioterapia, podem continuar normalmente durante esse período de espera, para que a doença continue controlada até o recebimento das CAR-T Cells.

Como é feito o tratamento com CAR-T Cells?

A principal etapa do tratamento com CAR-T Cells é a infusão das células modificadas por via venosa. No entanto, antes do procedimento, é importante que o paciente realize sessões de quimioterapia preparatória, com o intuito de destruir células remanescentes do sistema imunológico para ampliar o espaço de atuação dos linfócitos reprogramados.

O procedimento de infusão das CAR-T Cells é bem semelhante a uma transfusão de sangue. Após o tratamento, o paciente deve permanecer internado para que sejam monitoradas as primeiras reações do corpo ao tratamento. Quando constatado o sucesso da infusão celular, o paciente recebe alta e deve continuar realizando as terapias oncológicas indicadas para o seu caso.

Riscos e contraindicações do tratamento com CAR-T Cells

Por ser um tratamento relativamente invasivo, a utilização de CAR-T Cells no tratamento de cânceres hematológicos pode ter alguns efeitos colaterais, como:

  • Respostas inflamatórias variadas;
  • Febre alta e calafrios;
  • Dor de cabeça, tontura e vertigem;
  • Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos e diarreia;
  • Aceleração dos batimentos cardíacos;
  • Cansaço e dificuldade de respiração;
  • Queda de pressão arterial;
  • Problemas neurológicos leves, como confusão, tremores e perda de equilíbrio;
  • Alterações neurológicas graves, como crises convulsivas.

Qualquer tipo de reação ao tratamento com CAR-T Cells deve ser comunicado ao médico especialista para que seja devidamente monitorado. Algumas reações, como as crises convulsivas, queda de pressão arterial e febre alta, podem necessitar de internação — até mesmo em unidades de terapia intensiva (UTI), a depender do caso.

Os médicos da SPES são especialistas em transplante de medula óssea. Para saber mais sobre o assunto, entre em contato!

Fontes:

Centro de Terapia Celular da USP

A.C. Camargo

Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

American Cancer Society