Leucaférese é o processo de separação e remoção do excesso de leucócitos da corrente sanguínea
Uma das formas de tratamentos complementares para algumas doenças do sangue é a aférese terapêutica, procedimento que separa e remove determinado componente do sangue causador da patologia por meio de um equipamento específico chamado máquina de aférese. A denominação de leucaférese é utilizada quando os hemocomponentes retirados são os leucócitos.
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são as células sanguíneas responsáveis por defender o organismo de infecções. Um aumento maciço do número de leucócitos imaturos (blastos) na corrente sanguínea pode ocorrer em casos de leucemia aguda. Nesses casos, a leucaférese pode remover essas células em excesso do sangue e funcionar como uma alternativa terapêutica de emergência, antes do início da quimioterapia.
Neste conteúdo, você vai saber mais detalhes sobre a leucaférese, para quais casos ela é indicada e como é realizada. Acompanhe!
Quando o procedimento é indicado?
A leucaférese pode servir como parte do tratamento para algumas condições que apresentam um aumento maciço de leucócitos imaturos, chamados de blastos. O excesso de blastos pode tornar o sangue muito viscoso, produzindo um quadro de leucostase, que pode cursar com dispneia, sangramento, entre outras complicações.
Isso ocorre principalmente em casos de leucemias agudas. Nos casos de leucemia mieloide aguda (LMA), o risco aumenta com contagens de leucócitos acima de 100.000 por microlitro de sangue. Já na leucemia linfoide aguda (LLA), o risco de leucostase aparece quando a contagem de leucócitos supera os 300.000 por microlitro.
Nos casos em que a leucostase está presente, a leucaférese pode ser útil para reduzir a carga de células doentes e assim retirar os pacientes de uma situação de risco, permitindo o início da quimioterapia em uma condição mais segura.
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Preparação para a leucaférese
Antes de iniciar o procedimento, a equipe de hematologia e hemoterapia calculará o volume de sangue que precisará ser processado para retirar o número de células necessário para melhorar o quadro de leucostase. O número de sessões de leucaférese necessário depende da evolução clínica do paciente, mas são geralmente poucas sessões.
Para ajudar a definir esse planejamento, é importante que o paciente realize alguns exames, que incluem:
- Hemograma completo;
- Dosagem de potássio, cálcio e magnésio;
- Função renal e LDH;
- TAP e TTPA.
Como funciona a leucaférese?
Na leucaférese, são retirados os leucócitos do sangue. O processo de separação dos leucócitos é feito por um equipamento chamado máquina de aférese, capaz de separar os elementos sanguíneos, permitindo a retirada da porção desejada.
No procedimento de leucaférese, o sangue é retirado por um cateter central posicionado em uma veia profunda ou por acessos venosos por meio de punção das veias calibrosas dos braços. Em seguida, ele passa pela máquina de aférese, que retira os leucócitos e devolve o restante do sangue para o paciente.
A leucaférese é realizada em ambiente hospitalar e costuma durar de duas a quatro horas. Durante todo o processo, os sinais vitais do paciente são continuamente monitorados para garantir um procedimento seguro.
As sessões podem ser feitas diariamente, e o número necessário de procedimentos depende da evolução clínica do paciente.
Riscos e contraindicações da leucaférese
Os principais efeitos colaterais da leucaférese estão relacionados à colocação do cateter venoso central em uma veia profunda e à instabilidade hemodinâmica (queda da pressão arterial), que pode ocorrer durante o procedimento. O risco é maior em pacientes que já apresentam alterações prévias, tais como insuficiência cardíaca, doença coronariana e arritmia cardíaca.
A SPES possui uma equipe de médicos hematologistas especialistas em transplantes de medula óssea. Além disso, nosso corpo clínico tem ampla experiência em condutas hemoterápicas, como a leucaférese. Entre em contato e saiba mais!
Fontes: