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Mieloma múltiplo
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
4 min. de leitura

Esse tipo de câncer tem origem na medula óssea e pode causar lesões ósseas e renais, entre outras complicações

O mieloma múltiplo é um câncer de plasmócitos. Os plasmócitos são células do sistema de defesa que são habitualmente encontradas em pequena quantidade na medula óssea. No mieloma múltiplo, ocorrem mutações em alguns destes plasmócitos, que passam então a se proliferar descontroladamente, ocupando inclusive o espaço das células normais da medula óssea.

A multiplicação de plasmócitos no mieloma múltiplo pode causar anemia, plaquetopenia, aumento do cálcio no sangue, lesões ósseas, insuficiência renal, infecções, entre outras complicações.

Continue a leitura para saber mais sobre o mieloma múltiplo, suas causas e sintomas, além da forma de tratamento para essa doença que afeta as células que produzem anticorpos para defender o nosso organismo.

Causas e fatores de risco do mieloma múltiplo

As causas exatas do mieloma múltiplo ainda são desconhecidas, mas pesquisadores descobriram que portadores da enfermidade possuem alterações genéticas em suas células plasmáticas que favoreceram a formação do câncer.

Em relação aos fatores de risco, ou seja, a chance de uma pessoa contrair uma doença quando é exposta a determinadas situações, podemos destacar:

  • Idade: a maior parte dos casos de mieloma múltiplo acontece em pessoas com mais de 65 anos;
  • Sexo: os homens são mais propensos do que as mulheres a desenvolver esse tipo de câncer;
  • Raça: o mieloma múltiplo é duas vezes mais frequente em pessoas negras do que em pessoas brancas, por razões desconhecidas;
  • Histórico familiar: ter pessoas na família com a doença aumenta um pouco as chances de desenvolver esse tipo de câncer;
  • Doenças de células plasmáticas, como a gamopatia monoclonal.

Sintomas do mieloma múltiplo

A doença não costuma apresentar sintomas em seu estágio inicial, mas, conforme os plasmócitos anormais se espalham pela medula óssea, o paciente pode apresentar os seguintes sinais:

  • Fraqueza e cansaço excessivo;
  • Dor nos ossos, principalmente nas costas e quadril;
  • Fraturas espontâneas;
  • Problemas nos rins;
  • Aumento dos níveis de cálcio no sangue;
  • Infecções constantes.

O excesso de plasmócitos na medula óssea inibe a produção de outras substâncias, como os glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. A deficiência de glóbulos vermelhos favorece o aparecimento de anemia, enquanto a de glóbulos brancos leva o paciente a ter um grande número de infecções. Já a redução de plaquetas facilita a formação de hematomas e sangramentos, porque diminui a capacidade de coagulação do sangue.

Diagnóstico do mieloma múltiplo

Quando existe suspeita de mieloma múltiplo, geralmente são realizados exames para pesquisar a presença de imunoglobulinas, que são anticorpos produzidos pelos plasmócitos. Os exames mais utilizados para esse fim são a eletroforese de proteínas, a imunofixação e a pesquisa de cadeias leves livres.

A confirmação diagnóstica do mieloma múltiplo geralmente se dá por meio de um exame da medula óssea, em que se detecta a presença de uma grande quantidade de plasmócitos anormais.

Além destes, são realizados diversos outros exames para avaliar a extensão e a gravidade da doença. Entre eles, estão os exames de imagem — como radiografias, tomografias, ressonância magnética ou PET — e os exames laboratoriais — como dosagem de albumina e beta-2-microglobulina.

Tratamento do mieloma múltiplo

O mieloma múltiplo é ainda uma doença incurável, porém o tratamento adequado pode prolongar bastante a sobrevida do paciente, bem como permitir que ele mantenha uma boa qualidade de vida.

O tratamento do mieloma múltiplo avançou muito nos últimos anos com a incorporação de diversos medicamentos ao arsenal terapêutico.

Geralmente, o tratamento inicial do mieloma múltiplo é realizado com a combinação de três ou quatro medicamentos com mecanismos de ação distintos e se estende por alguns meses. A combinação exata dos medicamentos leva em consideração uma série de características, tanto da doença quanto do paciente, e é realizada pelo médico hematologista que acompanha o paciente.

Independentemente da combinação de medicamentos utilizada em primeira linha, todo paciente com diagnóstico de mieloma múltiplo e idade até 75 anos possui, em princípio, indicação de ser submetido ao transplante autólogo de medula óssea como terapia de consolidação, com o objetivo de aprofundar a resposta, permitindo um maior intervalo sem necessidade de tratamento.

Para a realização do transplante autólogo, o primeiro passo é a coleta de células-tronco hematopoiéticas, que se localizam na medula óssea e são responsáveis pela produção das células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). Para possibilitar a coleta, o paciente recebe uma série de injeções de um medicamento que aumenta o número de células-tronco e faz com que elas passem a circular no sangue, de onde são extraídas com o auxílio de uma máquina chamada máquina de aférese.

Após a coleta, o paciente é submetido a uma quimioterapia de alta intensidade, que tem por objetivo eliminar o maior número possível de células cancerígenas. Uma vez terminada a quimioterapia, o paciente recebe as células-tronco previamente coletas. Essas células então migram até a medula óssea, onde após cerca de duas semanas passam a produzir novamente as células sanguíneas.

A equipe SPES é especialista em transplante autólogo de medula óssea. Para saber mais sobre esse procedimento, agende uma consulta!

Fontes:

Manual MSD

Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

Hospital A.C. Camargo