Sendo uma das doenças autoimunes mais conhecidas, o lúpus atinge majoritariamente mulheres e pode causar sintomas graves se não for tratado corretamente
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente como lúpus, é uma doença inflamatória de origem autoimune que afeta vários órgãos e tecidos do corpo, como a pele e as articulações. Assim como a maioria das doenças autoimunes, o lúpus é uma condição crônica e incurável, mas que pode ter seus sintomas controlados com o tratamento adequado.
O nome “lúpus” vem da palavra latina “lupus”, que significa “lobo”. A explicação é que alguns médicos achavam que as manchas que surgiam no rosto de pessoas portadoras da doença se pareciam com manchas de algumas espécies de lobo.
O lúpus acomete muito mais mulheres do que homens, principalmente aquelas que estão no período fértil, que compreende a faixa etária dos 15 até 45 anos. Isso porque o estrogênio atua como facilitador da doença.
A seguir, conheça mais sobre o lúpus.
Causas e fatores de risco do lúpus
O lúpus ocorre por meio de um perfil genético que favorece seu aparecimento combinado a fatores ambientais, como ação de hormônios, infecções virais, medicamentos e exposição solar.
Essa junção pode causar alterações imunológicas que resultam em desequilíbrio na produção de anticorpos, que passam a combater proteínas do próprio organismo, provocando inflamações na pele, articulações, rins, pulmões e mucosas.
Vale dizer que o lúpus não é uma doença contagiosa, pois é resultado de uma desregulação do próprio sistema imunológico da pessoa. Os fatores de risco mais conhecidos para o desenvolvimento da enfermidade são:
- Sexo — as mulheres respondem por cerca de 90% dos casos;
- Idade — a maior parte dos casos surge entre os 15 e 45 anos;
- Etnia — pessoas negras, hispânicas e asiáticas têm mais possibilidade de desenvolver lúpus;
- Grande exposição a raios ultravioletas;
- Tabagismo.
Tipos de lúpus
Os tipos de lúpus são classificados de acordo com suas características e causas, sendo que os principais são:
Lúpus cutâneo ou discoide
Inflamação que causa lesões avermelhadas e irregulares na pele, sem atingir nenhum outro órgão. Elas aparecem mais no rosto, couro cabeludo e colo, por serem áreas que ficam mais expostas ao sol.
Lúpus sistêmico
Tipo de lúpus mais comum que atinge várias partes do corpo, principalmente a pele, articulações, sangue, coração, rins e pulmões. As inflamações provocam manchas na pele, artrite, anemia e outros sintomas que vão depender do órgão afetado. O lúpus sistêmico pode ser uma evolução do lúpus discoide em alguns casos.
Lúpus induzido por medicamentos
Inflamação temporária provocada por substâncias encontradas em medicamentos, como hidralazina, procainamida ou isoniazida, com sintomas semelhantes aos do lúpus sistêmico. A diferença é que a doença desaparece assim que o uso do medicamento termina.
Lúpus neonatal
Forma rara que é transmitida da mãe para o filho devido à passagem de anticorpos durante a gravidez. A criança pode ter lesões na pele e comprometimento do fígado, mas os sintomas tendem a desaparecer após alguns meses.
Sintomas e diagnóstico do lúpus
Os sintomas do lúpus podem surgir repentinamente e variar de intensidade, podendo ser leves, moderados ou graves. As pessoas manifestam o lúpus de diferentes maneiras por conta do local onde houve a inflamação e o nível de atividade da doença. Os sinais comuns mais gerais são inflamações na pele, febre, cansaço e perda de peso, além de:
- Manchas vermelhas no rosto denominadas “lesões em asa de borboleta”;
- Dores nas articulações;
- Inflamação nas membranas do pulmão e coração, provocando dificuldade para respirar, tosse e dor no peito;
- Alterações renais, como a nefrite;
- Problemas neurológicos, como convulsões, alterações de humor e psicoses;
- Alterações nas células sanguíneas.
Normalmente, esses sintomas costumam aparecer durante crises, nas quais são mais intensos por um período e depois se amenizam, podendo até desaparecer. Já em outros casos, eles podem se manifestar de forma permanente.
Não há um exame específico para diagnosticar o lúpus. Por isso, a confirmação da doença se baseia nos sintomas clínicos e na realização de exames laboratoriais — incluindo o fator antinuclear (FAN) —, que avaliam a presença de anticorpos produzidos pela doença e a possível lesão dos diversos órgãos.
Tratamento do lúpus
O tratamento é individualizado e vai depender dos sintomas apresentados por cada paciente, assim como da frequência, do estágio da doença e do tipo de lúpus. Apesar de não ter cura, existe uma série de tratamentos disponíveis para o controle da doença. Entres eles, estão:
- Anti-inflamatórios;
- Antimaláricos;
- Corticoides;
- Imunossupressores.
Como o lúpus é uma doença autoimune, o tratamento com plasmaférese pode ser indicado em alguns casos mais graves para reduzir os anticorpos causadores da doença na corrente sanguínea.
Complicações e prognóstico do lúpus
Quando não tratado, o lúpus pode ser fatal, porque é uma doença que pode acometer vários órgãos. Entre as complicações mais graves que comprometem a saúde do paciente, estão insuficiência renal, lesões neurológicas — como o acidente vascular cerebral (AVC) — e inflamação nos vasos sanguíneos e nos músculos do coração, o que pode causar infarto.
No entanto, com o tratamento e acompanhamento médico adequados, o prognóstico do lúpus é bom, com 90% dos pacientes apresentando uma boa qualidade de vida.
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Fontes: