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Linfoma de Hodgkin
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
6 min. de leitura

Doença ocorre quando células de defesa se transformam em células cancerígenas. Com tratamento adequado, tem bom prognóstico.

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer do sistema linfático. Pelo fato de o sistema linfático ser uma rede que se distribui por todo o corpo, a doença pode surgir em qualquer área, acometendo principalmente os gânglios, mas também pode afetar o baço, o fígado, a medula óssea, entre outros órgãos.

Os linfócitos são células de defesa do corpo contra corpos estranhos, agentes externos e células cancerígenas. Essas células de defesa podem ser divididas em três tipos: linfócitos B, linfócitos T e células NK, sendo que o linfoma de Hodgkin ocorre nas células B e se diferencia dos outros tipos de linfoma pela forma como a multiplicação celular se desenvolve.

Apesar de a doença atingir homens e mulheres de qualquer idade, ela é mais comum em homens entre os 15 e 40 anos, e os mais velhos que 55 anos. Apesar de não ser, necessariamente, uma doença hereditária, existe um pequeno aumento de casos de linfoma de Hodgkin entre familiares de primeiro grau. Imunossupressão e infecções por alguns tipos de vírus, como o HIV e o Epstein-Barr, também aumentam o risco de desenvolvimento do linfoma.

Fisiopatologia do linfoma de Hodgkin

Os linfócitos, como visto, são células responsáveis pela defesa do organismo. O linfoma de Hodgkin se manifesta a partir do momento em que alguns linfócitos B adquirem mutações específicas e começam a se multiplicar continuamente em um ou mais gânglios linfáticos (ou linfonodos), que são localizados em diversos pontos do corpo.

Quando esses linfócitos B se tornam células malignas e começam a se multiplicar descontroladamente, eles passam a ser chamados de células de Reed-Sternberg, que são ricas em citoplasma e possuem dois núcleos. A presença dessas células é a principal diferença entre o linfoma de Hodgkin e os outros tipos de linfoma.

O tumor característico do linfoma de Hodgkin é perceptível na localização dos gânglios linfáticos e é formado pela aglomeração de células de Reed-Sternberg e células inflamatórias saudáveis. Por esse motivo, o aumento dos linfonodos é um dos primeiros sinais de alerta para a presença de um linfoma.

Além disso, o linfoma de Hodgkin costuma surgir primeiramente em gânglios linfáticos localizados na parte superior do corpo, tendo seu desenvolvimento mais ordenado de um gânglio a outro.

Sintomas e diagnóstico do linfoma de Hodgkin

O sinal mais característico de um linfoma de Hodgkin é o aumento do gânglio linfático sem ligação com infecções. Como dito, nesse tipo de linfoma o inchaço ocorre mais comumente nas áreas superiores do corpo, como pescoço e axilas. Na maioria dos casos, o inchaço não é doloroso, mas, dependendo da localização e do grau de inflamação local, pode haver dor.

Com o passar do tempo, outros sintomas podem se manifestar, tais como:

  • Suores noturnos excessivos;
  • Febre;
  • Perda de peso;
  • Perda de apetite;
  • Coceira inexplicável.

Além disso, podem se manifestar sintomas relacionados à localização do linfoma de Hodgkin, como:

  • Tosse, falta de ar e dificuldade para respirar, quando o linfoma se manifesta na região torácica;
  • Desconforto e distensão abdominal, nos casos de manifestação em gânglios linfáticos localizados nesta área;
  • Alterações no baço e no fígado, de acordo com a localização dos linfonodos afetados.

A presença dos sintomas do linfoma de Hodgkin deve ser avaliada por um médico, uma vez que estes sinais são comuns a outras doenças. O médico deverá fazer uma análise do histórico clínico do paciente, acompanhada de um exame físico dos locais de inchaço dos gânglios e avaliação de outros sintomas relatados.

Se não houver nenhum sinal de infecção ou outra condição causadora do aumento dos linfonodos, o médico poderá confirmar o diagnóstico do linfoma de Hodgkin por meio de uma biópsia, na qual é removida e analisada uma amostra do tecido afetado. Exames de imagem, como a tomografia e o PET Scan, podem ser solicitados para complementar o diagnóstico.

Estadiamento e prognóstico

A partir do momento em que o linfoma de Hodgkin é diagnosticado, é importante que seja feito seu estadiamento, ou seja, a avaliação para determinar o grau de desenvolvimento da doença. Essa informação é importante para determinar o tratamento e estabelecer um prognóstico ao paciente.

O estadiamento do linfoma de Hodgkin é geralmente feito por meio da análise dos resultados de exames realizados durante o momento do diagnóstico. Os exames de imagem são essenciais para o estadiamento da doença.

De acordo com o grau de desenvolvimento da doença, o linfoma de Hodgkin pode ser classificado em quatro estágios, sendo os dois primeiros considerados estágios iniciais, e os dois últimos, avançados:

  • Estágio I: quando ocorre em apenas um linfonodo ou em um grupo de linfonodos próximos, ou também em parte de um órgão do sistema linfático.
  • Estágio II: ocorre quando a doença está presente em dois ou mais grupos de linfonodos do mesmo lado do diafragma.
  • Estágio III: nesse estágio, a doença atinge grupos de linfonodos acima e abaixo do diafragma.
  • Estágio IV: nesse estágio, o linfoma se espalhou para órgãos que não são do sistema linfático, como pulmões, fígado e medula óssea.

De modo geral, o linfoma de Hodgkin, principalmente quando diagnosticado nos estágios iniciais, responde bem ao tratamento e tem alta taxa de sobrevida em 5 anos.

Nos dois primeiros estágios, a taxa pode chegar a 90%, sendo de 80% no estágio III e 65% no estágio IV. Esses valores são apenas referências, uma vez que a forma como cada organismo reage ao tratamento é muito importante para que um prognóstico mais específico seja definido.

Tratamento do linfoma de Hodgkin

A maioria dos casos de linfoma de Hodgkin é tratada por meio da quimioterapia, realizada com uma combinação de medicamentos que combatem o tumor. O tratamento quimioterápico é realizado em ciclos que permitem ao corpo se recuperar adequadamente.

Em alguns pacientes, caso haja necessidade, o tratamento quimioterápico pode ser feito associado à radioterapia. Mais raramente, também há casos em que a radioterapia isolada é recomendada.

Casos de linfomas de Hodgkin refratários (que não respondem à quimioterapia) ou recaídos (que voltam após uma resposta inicial) podem ser tratados por meio do transplante de células-tronco hematopoiéticas (transplante de medula óssea).

A SPES é especialista em transplante de medula óssea para tratamento de linfoma de Hodgkin recaído ou refratário. Para mais informações, entre em contato com a SPES e agende uma consulta.

Fontes:

Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

Sociedade Brasileira de Patologia

Manual MSD