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Anemia hemolítica autoimune
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
5 min. de leitura

Doença é caracterizada pela destruição de glóbulos vermelhos pelos anticorpos do próprio paciente

A anemia hemolítica autoimune (AHA) é uma condição que ocorre quando os glóbulos vermelhos do sangue são destruídos por anticorpos produzidos pelo próprio sistema imunológico. Sua manifestação pode ocorrer de forma gradual ou de forma aguda e pode ocorrer de forma primária ou secundária, quando está associada à outra doença.

A doença atinge pessoas de qualquer sexo e idade, mas é mais comum em mulheres jovens adultas e muito rara em crianças e adolescentes.

Existem dois tipos de anemia hemolítica autoimune:

  • Anemia hemolítica por anticorpos quentes: é o tipo mais comum da doenç Nessa condição, os anticorpos atacam os glóbulos vermelhos sob uma temperatura muito próxima à normal (cerca de 37°C);
  • Anemia hemolítica por anticorpos frios: também chamada de doença de aglutininas frias, ocorre quando os anticorpos atacam sob temperaturas abaixo da temperatura corporal normal.

O tratamento da anemia hemolítica autoimune, conduzido por um médico hematologista, pode controlar a doença e evitar complicações graves.

Causas da anemia hemolítica autoimune

De modo geral, a anemia hemolítica autoimune pode surgir de forma primária, também chamada de idiopática, quando não há uma causa específica identificada; ou secundária, quando existe um ou mais fatores desencadeantes da doença. No caso da anemia secundária, as principais causas são:

  • Após infecções virais, sendo mais comuns as causadas pelo HIV, hepatites, vírus Epstein Barr, parvovírus e citomegalovírus, entre outros;
  • Após infecções bacterianas, como aquelas causadas por Mycobacterium pneumoniae;
  • Doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide;
  • Cânceres hematológicos, tais como linfomas e leucemia linfocítica crônica;
  • Reação a medicamentos, principalmente antibióticos.

Conhecer a causa da anemia hemolítica autoimune é essencial para o diagnóstico e tratamento, uma vez que alguns casos podem regredir com o tempo, como nas anemias causadas por infecções virais prévias ou uso de medicamentos. No entanto, em outros casos, a doença pode se tornar crônica.

Sintomas e diagnóstico da anemia hemolítica autoimune

A gravidade dos sintomas da anemia hemolítica autoimune depende da gravidade da anemia, bem como da velocidade de instalação dela. Pessoas com quadros iniciais muito leves da doença podem até mesmo ser assintomáticos. Quando os sintomas se manifestam, são, de modo geral, semelhantes aos dos outro tipos de anemia, incluindo:

  • Fraqueza e fadiga;
  • Palidez;
  • Dor de cabeça;
  • Taquicardia e palpitações;
  • Falta de ar.

Além desses, o paciente portador de anemia hemolítica autoimune também pode apresentar icterícia (amarelamento da pele e dos olhos). No caso da anemia hemolítica de anticorpos frios, a pessoa pode sentir as extremidades das mãos e dos pés frias.

Além disso, quando ocorre em conjunto com outras doenças, é comum que os sintomas dessas patologias ocorram de forma concomitante ou até se suplantem os sintomas da anemia hemolítica.

A anemia hemolítica autoimune é uma doença que, se não tratada adequadamente, pode se agravar de forma rápida e levar o paciente à morte. Por isso, é fundamental que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos o quanto antes. Nesse contexto, o médico especialista mais habilitado para diagnosticar e tratar a doença é o hematologista.

O diagnóstico começa com a suspeita da presença de anemia, levantada a partir da análise da história clínica e dos sintomas do paciente. Em seguida, são solicitados exames de sangue que acusam a destruição dos glóbulos vermelhos. Testes imunológicos complementares podem ser realizados para confirmar a presença de anticorpos contra os glóbulos vermelhor.

Além da análise dos resultados dos exames para confirmar a presença de anemia hemolítica autoimune, é importante também investigar a causa da doença para ajudar a determinar o método de tratamento ideal para o caso.

Tratamentos da anemia hemolítica autoimune

O tratamento da anemia hemolítica autoimune tem como finalidade interromper a destruição dos glóbulos vermelhos. Por ser uma doença de origem autoimune, muitas vezes são utilizadas medicações que visam controlar a ação do sistema imunológico no sangue.

No tratamento medicamentoso, os mais utilizados são os corticosteroides e os imunossupressores, que agem na inibição da produção de anticorpos. Outra opção são os anticorpos monoclonais. Já em alguns casos de maior gravidade ou falta de resposta aos medicamentos, o tratamento pode ser realizado por meio da esplenectomia, retirada cirúrgica do baço.

Casos muito graves da doença que necessitem intervenção imediata podem ser tratados com transfusão de sangue. No entanto, esse tratamento deve ser realizado apenas em situações de urgência, uma vez que, com o passar do tempo, os anticorpos voltam a agir contra os glóbulos vermelhos.

Outro procedimento que pode ser utilizado em caráter de urgência em casos graves é a plasmaférese, procedimento que utiliza uma máquina semelhante à de diálise, com a qual se retira parte do plasma (parte líquida do sangue) onde se encontram os anticorpos responsáveis pela destruição dos glóbulos vermelhos.

Quando possível, evitar ou tratar os fatores desencadeantes também é importante no processo de tratamento da anemia hemolítica autoimune. Nos casos em que a doença é causada por medicamentos, por exemplo, seu uso pode ser suspenso ou substituído para evitar o agravamento.

Isso também vale para os casos de anemia de anticorpos frios, em que o paciente é orientado a se proteger das baixas temperaturas, e para os casos em que a anemia hemolítica autoimune é causada ou existe de forma concomitante a outras doenças, que também precisam ser tratadas adequadamente.

Prognóstico da anemia hemolítica autoimune

O prognóstico da anemia hemolítica autoimune depende da causa e das características individuais do paciente, como a presença de outras doenças e resposta ao tratamento. Em alguns casos, o tratamento adequado é o suficiente para levar à cura ou à regressão da doença, ainda que ela possa retornar futuramente. Em outros casos, no entanto, a anemia pode se tornar crônica, necessitando de controle contínuo.

Mesmo assim, apesar da possibilidade de a doença se tornar crônica e levar à morte em casos de maior gravidade, a anemia hemolítica autoimune costuma ter bons prognósticos quando controlada de forma correta, com diminuição dos sintomas e melhora na qualidade de vida do paciente.

A equipe SPES possui médicos especialistas na realização do procedimento de plasmaférese. Para saber mais sobre esse procedimento, entre em contato e agende uma consulta.

Fontes:

Ministério da Saúde

Manual MSD

Rede D’Or

Revista Médica de Minas Gerais