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Tipos de transplante de medula óssea: conheça quais são!
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
6 min. de leitura

Existem dois principais tipos de transplante de medula óssea, procedimento eficaz para o tratamento de doenças hematológicas

A medula óssea é um tecido esponjoso localizado dentro dos ossos do corpo humano, no qual se encontram as células-tronco hematopoiéticas, responsáveis pela produção de células sanguíneas (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas). Ela é responsável por garantir a manutenção e renovação das células sanguíneas ao longo da vida.

Já o transplante de medula óssea é um procedimento médico utilizado para tratar certas doenças hematológicas (malignas e benignas), tais como leucemias, linfomas e anemia aplástica. Ele consiste na infusão de células-tronco hematopoiéticas após administração de quimioterapia associada ou não à radioterapia. Existem dois tipos de transplante de medula óssea, que variam de acordo com a origem das células. Quando as células-tronco são retiradas do próprio paciente, temos o transplante autólogo. Já quando as células são provenientes de um doador, o transplante é chamado de transplante alogênico.

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Tipos de transplante de medula óssea

Vamos conhecer agora mais sobre os tipos de transplante de medula óssea para entender suas indicações e como são realizados.

Transplante de medula óssea autólogo

Este tipo de transplante de medula óssea é também chamado de TMO autólogo, sendo indicado para alguns tipos de câncer. Conheça melhor suas principais indicações abaixo.

Indicações para o transplante autólogo

Esse tipo de transplante de medula óssea é utilizado principalmente em casos de mieloma múltiplo e linfomas, mas também pode ser utilizado em alguns casos de leucemia aguda e tumores de células germinativas.

Procedimento do transplante autólogo

O procedimento inicia com a coleta de células-tronco hematopoiéticas. Para isso, o paciente faz uso de injeções subcutâneas de um medicamento que faz com que as células-tronco se multipliquem e comecem a circular no sangue. Essa etapa é chamada de mobilização e geralmente ocorre com o paciente na sua própria casa.

Após alguns dias recebendo o medicamento que estimula as células tronco, o paciente é internado para a colocação de um cateter em uma veia profunda. Por meio desse cateter, são realizadas a coleta e infusão de células.

A coleta das células é realizada com o auxílio de um equipamento chamado máquina de aférese. Está máquina puxa o sangue do paciente através do cateter e, por meio de um processo de centrifugação, separa as células-tronco (que ficam armazenadas em uma bolsa) e retorna o restante do sangue para o paciente. Esse processo costuma demorar algumas horas. Essas células podem ou não ser congeladas, dependendo do tempo previsto para a reinfusão das células.

Uma vez realizada a coleta, o paciente inicia a fase chamada de condicionamento, na qual é submetido a uma quimioterapia em altas doses. O tipo de quimioterapia varia de acordo com a doença e pode demorar de um a sete dias. A fase de condicionamento pode ser realizada na mesma internação da coleta ou em um segundo momento, de acordo com a decisão médica.

Após o término do condicionamento, o paciente que está realizando o transplante de medula óssea autólogo recebe a infusão das células-tronco previamente coletadas através de um cateter.

Após a infusão, as células-tronco migram através da circulação até encontrarem seu lugar na medula óssea, onde passam a se proliferar e produzir as células do sangue após um período de cerca de dez a catorze dias.

Quando a quantidade de glóbulos brancos e de plaquetas atinge um número considerado adequado, considera-se que o paciente apresentou a “pega da medula” e ele pode receber alta, caso se encontre em boas condições clínicas.

Vantagens do transplante autólogo

Dos tipos de transplante de medula óssea, o autólogo é o mais simples. Como não há diferença genética entre o doador e o receptor, não há risco de rejeição e nem de doença do enxerto contra hospedeiro. A recuperação costuma ser mais rápida e os efeitos colaterais tendem a ser mais brandos, embora isso não se aplique a todos os casos.

Transplante de medula óssea alogênico

Em contraponto ao procedimento autólogo, esse tipo de transplante de medula óssea é caracterizado pela exigência de um doador compatível para que o tratamento seja bem-sucedido. Conheça melhor abaixo suas particularidades.

Indicações para o transplante alogênico

Algumas das indicações para o transplante alogênico incluem:

  • Leucemias agudas e crônicas;
  • Linfomas recidivados ou refratários ao tratamento inicial;
  • Anemia aplásica;
  • Síndromes mielodisplásicas;
  • Imunodeficiência combinada grave.

Tipos de doadores de células-tronco

Os doadores podem ser não aparentados ou aparentados, sendo que estes últimos se dividem em HLA-idênticos e haploidênticos.

Os doadores HLA-idênticos são quase sempre irmãos e são os doadores preferidos na maior parte dos casos. Cada irmão possui cerca de 25% de chance de ser idêntico a outro.

Quando não há um doador HLA-idêntico disponível, a escolha pode recair sobre um doador aparentado haploidêntico ou sobre um doador não aparentado.

O doador não aparentado é um que não tem relação familiar com o receptor, mas é compatível com ele. Estes podem ser encontrados em bancos de doadores de medula óssea nacionais ou internacionais.

Já o doador haploidêntico é um parente próximo que possui metade dos genes HLA compatíveis com o paciente. Em princípio, o pai, a mãe e os filhos do paciente são haploidênticos com o paciente. Além desses, cada irmão possui 50% de chance de ser haploidênticos e os primos também podem ser eventualmente compatíveis.

Procedimento de transplante alogênico

Este tipo de transplante de medula óssea é um tratamento complexo que envolve a coleta de células-tronco do doador, o condicionamento do receptor com altas doses de quimioterapia associada ou não à radioterapia, e a infusão das células-tronco no receptor. Após a infusão, o receptor precisa ser monitorado de perto para detectar possíveis complicações e precisa de cuidados médicos de longo prazo para monitorar a resposta do enxerto e tratar quaisquer complicações que possam surgir, tais como doença do enxerto contra hospedeiro e infecções.

Vantagens do transplante alogênico

Nos casos de doenças malignas, a grande vantagem desse tipo de transplante de medula óssea é a existência de um efeito de enxerto contra doença. Ou seja, as células de defesa do doador podem atacar as células cancerígenas do receptor, ajudando a eliminá-las.

O transplante alogênico também é a única alternativa viável nos casos em que o paciente não possui células-tronco suficientes para serem coletadas, como na anemia aplásica severa, ou quando essas células-tronco possuem algum defeito grave.

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Complicações e cuidados após o transplante de medula óssea

Todos os tipos de transplante de medula óssea são considerados procedimentos complexos e que podem trazer diferentes tipos de complicações para o paciente.

No transplante autólogo, as complicações mais comuns são vômitos, diarreia, mucosite (feridas na boca) e infecções. No caso do transplante alogênico, a estas se somam a rejeição e a doença do enxerto contra hospedeiro.

Além de cuidados preventivos cotidianos, como seguir uma alimentação balanceada e nutritiva, um tratamento psicológico eficaz e a prática regular de atividade física podem auxiliar a recuperação após o transplante. O monitoramento pós-transplante inclui consultas médicas especializadas, exames de sangue e outros testes para detectar precocemente possíveis complicações.

Fonte:

Portal SBTMO