Fale conosco pelo WhatsApp
Complicações pós-transplante de medula óssea: tipos, fatores de risco e prevenção
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
4 min. de leitura

Conheça as possíveis complicações pós-transplante de medula óssea.

O transplante de medula óssea (TMO) é um procedimento médico utilizado no tratamento de doenças hematológicas, como leucemias e linfomas, e consiste na infusão de células-tronco hematopoiéticas após a realização de quimioterapia associada ou não à radioterapia. As células-tronco infundidas podem ser provenientes do próprio paciente (transplante autólogo) ou de um doador (transplante alogênico).

Embora seja um tratamento eficaz, as complicações pós-transplante de medula óssea podem impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Entenda a seguir:

Para mais informações sobre o tema, agende agora mesmo uma consulta com a clínica SPES.

Tipos de complicações pós-transplante de medula óssea

As complicações pós-transplante de medula óssea podem ser classificadas de diversas maneiras. Quanto ao tempo de instalação, podemos dividi-las em precoces e tardias.

Complicações precoces

Dentre as complicações pós-transplante de medula óssea, destacam-se às infecções. Por conta da severa imunossupressão associada ao procedimento, o paciente fica susceptível a adquirir infecções oportunistas bacterianas, virais ou fúngicas.

Também são comuns complicações do trato gastrointestinal, incluindo mucosite (feridas na boca) e diarreia, geralmente relacionadas aos quimioterápicos utilizados na fase de preparação para o transplante.

Sangramentos graves podem ocorrer em fases precoces por conta da queda da contagem de plaquetas, porém tais eventos são raros, pois são realizados exames diários de monitoramento e o paciente recebe transfusões de plaquetas sempre que necessário.

Podem ocorrer ainda complicações renais, hepática, cardíacas e neurológicas relacionadas aos quimioterápicos e outras medicações utilizadas durante o transplante.

As complicações pós-transplante de medula óssea citadas até o momento, são comuns tanto ao transplante autólogo quanto ao transplante alogênico. Entretanto, existem duas complicações que só ocorrem no contexo do transplante alogênico.

A primeira é a rejeição ou falha de enxertia. Nessa condição, as célula-tronco do doador não conseguem se instalar e se reproduzir no organismo do pacientem que torna-se permanentemente incapaz de produzir as células sanguíneas. Trata-se de uma condição rara, mas extremamente grave, a qual só pode ser remediada com um segundo transplante realizado em caráter de urgência.

A segunda é a doença do enxerto contra o hospedeiro aguda (DECHA), que ocorre quando as células de defesa do doador reconhecem o organismo do paciente como estranho e passam a atacá-lo. Nas fases mais precoces, os órgãos mais frequentemente acometidos são pela, fígado e intestino

É importante ressaltar que essas complicações podem variar de intensidade e gravidade, dependendo de vários fatores, como o tipo de doença, o tipo de transplante e a condição de saúde do paciente.

Equipes médicas especializadas trabalham para prevenir, monitorar e tratar essas complicações precoces, buscando minimizar seus efeitos e garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes durante o processo de recuperação pós-TMO.

Complicações tardias

Além dos quadros já citados, existem também as complicações pós-transplante de medula óssea que acontecem de maneira tardia. Elas podem surgir meses ou até anos após o procedimento.

Algumas das complicações tardias mais significativas incluem:

Infecções: embora sejam menos comuns do que na fase aguda, o paciente segue sob risco de infecções por um longo período, mas principalmente nos primeiros meses, enquanto ainda está recebendo medicamentos imunossupressores.

Doença do enxerto contra o hospedeiro crônico (DECHC): condição em que as células do doador reconhecem o tecido do paciente como estranho e atacam diferentes órgãos, resultando em inflamação crônica que pode acometer virtualmente qualquer órgão, mas que afetam principalmente pele, boca, olho, fígado, intestino e pulmão.

Disfunção tardia de órgãos, tais como coração e pulmão.

Segunda malignidade: relacionada ao uso de quimioterapia e radioterapia, tanto antes quanto durante o transplante. Por conta desse risco, o paciente submetido a transplante deve realizar exames periódicos para detecção precoce de uma segunda neoplasia.

Fatores de risco para complicações pós-transplante de medula óssea

Existem diversos fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de complicações pós-transplante de medula óssea (TMO). Alguns dos principais fatores de risco incluem idade, doenças pré-existentes (como problemas cardíacos, renais ou pulmonares), histórico de infecções, estado nutricional, tipo de doador, fonte de células e tipo de condicionamento utilizado.

Para mais informações sobre o tema, agende agora mesmo uma consulta com a clínica SPES.

Prevenção e tratamento das complicações pós-transplante de medula óssea

A prevenção das complicações pós-transplante de medula óssea começa antes do transplante, através de uma avaliação clínica e laboratorial abrangente que permita a detecção e eventual correção de fatores de risco. Para tanto, é imprescindível uma abordagem multidisciplinar que inicia antes do transplante e se prolonga durante todo o tratamento do paciente.

De modo análogo, o tratamento das complicações demanda uma equipe composta por profissionais de diversas áreas, todos com ampla experiência em pacientes transplantados e que contem com os recursos necessários para o enfrentamento das complicações pós-transplante de medula óssea.

Fonte:

Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea